BIOGRAFIA
Allan Kardec, cujo nome verdadeiro era Hippolyte-Léon-Denizard Rivail,
filho de uma antiga família que se distinguiu na magistratura e na advocacia. O
Sr. Allan Kardec não seguiu essa carreira, desde sua juventude, sentia-se
inclinado para o estudo das ciências e da filosofia.
Educado na
Escola de Pestalozzi, em Yverdum (Suíça), tornou-se um dos discípulos mais
eminentes desse célebre professor, e um
dos mais zelosos propagadores do seu sistema de educação. Foi, isto, que
exerceu uma grande influência sobre a reforma dos estudos na Alemanha e na
França.
Dotado de
uma inteligência notável e atraído para o ensino pelo seu caráter e as suas
aptidões especiais, desde a idade de quatorze anos, ensinava o que sabia
àqueles de seus condiscípulos que tinham adquirido menos do que ele. Foi nessa
escola que se desenvolveram as ideias que deveriam, mais tarde, coloca-lo na
classe dos homens de progresso e dos livres pensadores.
Nascido na
religião católica, mas educado em um país protestante (Suíça), os atos de
intolerância que ele teve de sofrer a esse respeito, lhe fizeram, em boa hora,
conceber a ideia de uma reforma religiosa , na qual trabalhou no silêncio
durante longos anos, com o pensamento de chegar a UNIFICAÇÃO DAS RELIGIÕES; mas
lhe faltava o elemento indispensável para a solução desse grande problema.
Terminados
os seus estudos, veio para a França. Dominando a fundo a língua alemã, traduziu
para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral, e, o que é
característico, as obras de Fénélon.
Era membro
de várias sociedades sábias, entre outras da Academia Royale d”Arras, que, em
seu concurso de 1831, o premiou por uma dissertação notável sobre esta questão:
“Qual é o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?”
De 1835 a
1840, fundou, em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos, onde ensinava
química, física, anatomia comparada, astronomia, etc.: empreendimento digno de
elogios em todos os tempos, mas sobretudo numa época em que um pequeno número de pessoas se aventurava a
entrar nesse caminho.
Constantemente
ocupado em tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, criou, ao
mesmo tempo, um método engenhoso para aprender a contar, e um quadro mnemônico
da história da França, tendo por objeto fixar na memória as datas dos
acontecimentos notáveis e das descobertas que ilustraram cada reinado.
Entre as
suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes: Plano proposto para a
melhoria da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética,
segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores primários e das mães
de família (1829); Gramática Francesa Clássica (1831); Manual dos Exames para
os diplomas de capacidade; Soluções arrazoadas das perguntas e problemas de
aritmética e de geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa
(1848); Programa de cursos usuais de química, física, astronomia, fisiologia,
que ele professava no LYCÉE POLYMATHIQUE; Ditado normal dos exames da
Prefeitura e da Sorbonne, acompanhado de Ditados especiais sobre as
dificuldades ortográficas (1849), obra muito estimada na época de seu
lançamento, e da qual, recentemente ainda, se faziam tirar novas edições. (...)
(Revista
Espírita, maio de 1869).
Pelo ano de
1855, foi posta em foco, na França, a questão das manifestações dos
Espíritos. “A fenomenologia –
impressionante – escreveu Alziro Zarur – interessou a Allan Kardec, de tal modo
que, dos seus estudo pacientes e confirmados, resultou a TERCEIRA REVELAÇÃO”.
São
palavras do próprio Codificador:
“Compreendi,
antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender. Percebi naqueles
fenômenos, a chave do problema tão obscuro e controvertido do PASSADO E DO
FUTURO DA HUMANIDADE: a solução que eu procurava em toda minha vida. Era, em
suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças.”
Em 18 de
abril de 1857, Kardec lançava “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, marco inicial da
TERCEIRA REVELAÇÃO, publicando, posteriormente, várias obras que vieram
desenvolver e aprofundar o tema inicial.
Dedicou os
últimos 15 anos de sua vida ao estudo e codificação da doutrina científica,
filosófica e espiritualista a que, mais adiante, ele denominou ESPIRITISMO,
dando-lhe esta definição:
“CIÊNCIA
QUE TRATA DA NATUREZA, ORIGEM E DESTINO DOS ESPÍRITOS, BEM COMO DE SUAS
RELAÇÕES COM O MUNDO CORPORAL.”
Morreu
conforme viveu: trabalhando – a 31 de março de 1869.
“Deu-se com ele – escreveram seus biógrafos – o que se dá com as almas de
forte têmpera: a lâmina gastou a bainha.”
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